Boa Cobertura da Internet
É inegável que a cobertura residencial da Internet é boa, dos 60% para cima; mas, em grande parte do território nacional ainda se pode melhorar muito.
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É inegável que a cobertura residencial da Internet é boa, dos 60% para cima; mas, em grande parte do território nacional ainda se pode melhorar muito.
O gráfico que se apresenta é rico em informação, desde logo a primeira grande conclusão, é a de que a desigualdade salarial entre os trabalhadores dos diferentes níveis hierárquicos - medida pela relação entre os salários mais elevados em cada nível - está a diminuir; essa diminuição é mais sensível entre as remunerações dos 10% dos assalariados com maiores vencimentos e os 10% que recebem menos, uma queda de 0,69; mesmo assim, os de cima auferem quase 4 vezes mais do que os de baixo (barra preta).
Em segundo lugar, reduz-se também a diferença entre os menores salários e os salários medianos, os do meio, (barra lilás).
Em terceiro, em queda está igualmente a diferença entre os vencimentos mais elevados e os medianos (barra laranja).
Finalmente, deve sublinhar-se que a desigualdade cresce com a subida dos níveis salariais, ou seja, a desigualdade na parte superior da tabela, entre os salários mais elevados e os medianos, (barra laranja) é substancialmente maior do que a desigualdade na parte inferior, entre os salários medianos e os salários mais baixos (barra lilás).
A imagem que resulta é a de um corpo raquítico, com o peito menos enfezado e uma grande cabeça...
Em termos correntes, isto é, sem ter em conta os efeitos corrosivos da inflação, o salário ou vencimento médio dos trabalhadores portugueses (os assalariados a tempo inteiro em todos os setores da economia) aumentou entre o ano 2000 e 2017. Os valores referidos são brutos, não estão descontados dos impostos diretos e contribuições para os sistemas de saúde que se pagam, ou seja, não são valores líquidos, aqueles que efetivamente se recebem.
Sem dúvida, independentemente de outras considerações, tal subida é motivo de satisfação. Que, no entanto, fica bastante abalada quando se compara o salário médio português com outros países da Zona Euro, citados pela OCDE. O nosso é dos mais baixos; o do Luxemburgo, por exemplo, é quase 4 vezes superior.
Esclareça-se, ainda, que o montante do salário não é o mais significativo em si, o que verdadeiramente interessa é a quantidade de bens e serviços que com ele se pode adquirir, o que configura o seu valor real, que se obtém quando se limpam os efeitos da inflação. Neste caso é a tristeza, o salário real diminuiu; em 2017, o poder de compra dos trabalhadores assalariados foi inferior ao de 2000 em quase 700€.
O que aconteceu apenas em Portugal e na Grécia, onde os trabalhadores perderam poder de compra. Em todos os outros países ganharam.
Como é visível no gráfico acima - onde se plasmam as diferenças em valores absolutos, em € - e no gráfico abaixo, onde se registam as diferenças percentuais. Repare-se na Alemanha, um país, cujo governo é conhecido por exigir austeridade a todos os outros, mas no qual os salários reais aumentaram quase 14%.
Finalmente, não se deve esquecer que estes são valores médios, ou seja, pode haver trabalhadores que não tiveram variação alguma, outros que até passaram a ganhar mais em termos reais e outros ainda cujas perdas terão sido maiores dos que as calculadas.
Cabe a cada um, se estiver interessado, avaliar do seu caso em particular, se está dentro da grande tendência revelada, o que terá acontecido à grande maioria, ou se a sua é uma situação diferente.
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