Indústria pouco importante
A importância da indústria portuguesa para a economia não chega a alcançar a média da União Europeia. Os industriais parece que só são bons para ajudar a manter os salários baixos na concertação social.
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A importância da indústria portuguesa para a economia não chega a alcançar a média da União Europeia. Os industriais parece que só são bons para ajudar a manter os salários baixos na concertação social.
A riqueza criada pelas empresas estrangeiras em Portugal representa apenas cerca de um 1€ em cada 4€ gerados nas empresas não financeiras. O que representa menos do que a média da UE.
É esta a realidade. O dinheiro público, lançado pelos bancos centrais, enche os bolsos dos banqueiros e outros parecidos. Mas reduz-se para todos os outros, conduzindo ao extremo indicado.
De outros modo, como é que se explica esse fabuloso concentrar da riqueza em algumas mãos, outra vez observado em 2018? Esse rendimento não foi gerado na economia real, não é preciso ser especialista para o entender. Onde é que a economia está com esse dinamismo impressionante para criar esses rios de dinheiro? Em lado nenhum, estagnada que se encontra, ou com evolução rastejante, salvo em alguns países asiáticos onde ultrapassa os 5% de crescimento.
Não, todo esse dinheiro foi criado pelos bancos centrais, BCE no caso da União Europeia, com as centenas de milhares de milhões que gastaram, e continuam, para subsidiar bancos e grandes empresas.
Dinheiro público para alguns, foi a decisão que tomaram, e não para todos, como poderiam ter decidido também; o resultado é esse.
Pode dizer-se que Portugal está entre os mais ricos do grupo de países pobres
É assim em Portugal, imaginando que a população total é constituída por 100 pessoas. Como se observa na tabela, os 1% mais ricos têm um rendimento superior (14,4%) aos primeiros 60% da população portuguesa (52,1%); também se pode afirmar que o rendimento dos 1% mais ricos supera em mais de 4 vezes o rendimentos dos primeiros 40% da população, a que detém menos riqueza.
Além da OCDE, outras instituições, como o banco Credit Suisse, publicam estudos sobre a concentração da riqueza e a desigualdade daí resultante. Comparando, verifica-se que o método de cálculo do Credit Suisse mostra que a concentração da riqueza e a desigualdade são maiores do que as calculadas pela OCDE.
Os 10% mais ricos são donos de mais de metade (52%) de toda a riqueza nacional; enquanto os 60% com menos posses apenas são senhores de 12% da riqueza do país.
O que significa que aos 30% restantes corresponde 36% da riqueza nacional. Se designarmos esta população como as classes intermédias, concluímos que são relativamente das menos ricas entre os 27 países considerados.
A conclusão final é a de que Portugal se encontra entre os países mais desiguais, segundo a OCDE.
Nota: Os valores negativos da Holanda e Dinamarca, no primeiro gráfico, explicam-se pelo facto de as dívidas superarem o valor dos bens dessas pessoas.
A riqueza das famílias está a diminuir na América Latina. E quando assim é, as classes ricas ficam muito menos generosas. Daí todo esse ódio ao PT no Brasil cujos governos promoveram uma certa redistribuição da riqueza em favor dos que menos têm. Isso é um facto, independentemente de outras considerações. Ora, quem observa o discurso primário e fascistoide do Bolsonaro facilmente se apercebe que um dos alvos prediletos são, precisamente, os veículos que permitiram um pouco mais de justiça social.
O gráfico indica também que a riqueza familiar tem aumentado na Europa. Pode ser, mas pessoalmente não tenho sentido nada, até ao contrário.
O que nos diz este gráfico? Que a desigualdade no rendimento (a riqueza criada no período presente, o income) se vai acumulando e ficando cada vez maior. Pois a riqueza (wealth) é o rendimento acumulado, o rendimento dos períodos passados. E desse modo, os 10% mais ricos de Portugal são senhores de mais de metade de toda a riqueza do país.
É evidente, com diferenças tão acentuadas no nível de riqueza, não se parará a imigração dos continentes mais pobres para os mais ricos.
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