Para a História da Eutanásia
Quando sair este post já a votação na Assembleia terá ocorrido e até o Presidente já se terá pronunciado, se for chamado a fazê-lo. O objetivo aqui é apenas aportar conhecimento histórico a um tema que o tem, e nada bonito, por sinal.
"Sendo que a questão da Eutanásia deverá ser objecto de uma profunda reflexão.....
Ignorar precedentes históricos de como a legalização da eutanásia pode ser utilizada pelo Estado com resultados trágicos, e o exemplo especifico do holocausto, que demonstra o imenso perigo que conceder o direito ao Estado de assassinar seres humanos arbitrariamente representa para as liberdades individuais, é equivalente a ignorar uma das grandes lições da história do século XX. Foi este o século no qual o assassinato em massa das secções da população consideradas como sendo inferiores pelo regime do III Reich,
É um facto pouco conhecido que o holocausto e todo o programa de assassinato em massa recorrendo a processos e metodologias industriais começou com o Programa T4, um programa de eutanásia cuja função era acabar com a vida de pacientes com doenças terminais que eram considerados como um encargo excessivo para o Estado e para a sociedade.
Porém, mesmo sendo que o Programa T4 começou por visar somente pacientes com doenças terminais, muito rapidamente o programa foi expandido para visar outras secções da população que o Estado caracterizava como sendo deficientes, excedentes, etnicamente impuras e/ou socialmente indesejáveis. Existe um consenso entre os historiadores do III Reich que o Programa T4, o programa de eutanásia dos Nazis, a Acção T4, que concedeu ao programa uma legitimidade legislativa, assim como várias vertentes da utilização da psiquiatria pelo Regime Nazi, foram centrais no desenvolvimento do holocausto na sua totalidade.
Um poster Nazi sobre o Programa T4 afirma: “60.000 Reichsmark é quanto custa esta pessoa que sofre de um defeito hereditário à comunidade do Povo durante a sua vida. Concidadão, este é o seu dinheiro também. Leia ‘O Novo Povo’, a revista mensal do Gabinete de Política Racial do NSDAP.”"
Miguel Feio