Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Artigos Meus

Artigos Meus

15
Jan23

A ordem mundial mudou já em 2022

José Pacheco

É uma constante da História : as mudanças são raras, mas súbitas. Aqueles que sofrem as consequências são geralmente os últimos a vê-las a chegar. Só as percebem tarde mais. Contrariamente à imagem estática que reina no Ocidente, as relações internacionais foram alteradas em 2022, principalmente em detrimento dos Estados Unidos, do Reino Unido e da França, muitas vezes em proveito da China e da Rússia. Com os olhos fixos na Ucrânia, os Ocidentais não são capazes de ver a redistribuição das cartas.

Éraro que as relações internacionais sejam tão viradas do avesso como foram em 2022. E isto não acabou. O processo que se iniciou não vai parar, mesmo que alguns acontecimentos o venham perturbar e até eventualmente interromper por alguns anos. A dominação do Ocidente, ou seja, tanto dos Estados Unidos como das antigas potências coloniais europeias (principalmente o Reino Unido, a França e a Espanha) e asiática ( o Japão), chega ao seu fim. Já ninguém obedece a uma chefia, incluíndo os Estados que permanecem vassalos de Washington. Todos começam agora a pensar por si próprios. Não estamos ainda no mundo multipolar que a Rússia e a China tentam fazer emergir, mas já o vemos a ser erguido.

Tudo começou com a operação militar russa para fazer cumprir a Resolução 2202 do Conselho de Segurança e proteger a população ucraniana, no seu todo, do seu governo « nacionalista integralista ». Claro, este acontecimento não é, de forma alguma, o que é percebido nos Estados Unidos, na União Europeia, na Austrália e no Japão. Os Ocidentais estão convencidos que a Rússia invadiu a Ucrânia para mudar as fronteiras pela força. Ora, isso não foi nem o que o Presidente Vladimir Putin anunciou, nem o que o Exército russo fez, nem a maneira como os acontecimentos se desenrolaram.

Deixemos de lado a questão de saber quem está certo e quem está errado. Tudo depende de se saber se estamos conscientes da guerra civil que dilacerava a Ucrânia desde a deposição do seu Presidente democraticamente eleito, Viktor Yanukovych, em 2014. Os Ocidentais ao esquecer os 20. 000 mortos dessa guerra não podem aceitar que os Russos tenham querido parar este massacre. Como desconhecem os Acordos de Minsk, pelos quais, portanto, a Alemanha e a França se tinham constituído como garantes ao lado da Rússia, não podem aceitar que a Rússia tenha posto em prática a « responsabilidade de proteger » que as Nações Unidas proclamaram em 2005.

Ora a antiga Chancelerina alemã, Angela Merkel [1], e o antigo Presidente francês, François Hollande [2], afirmaram ambos publicamente que haviam assinado os Acordos de Minsk, não para por fim à guerra civil, mas, pelo contrário, para ganhar tempo e armar a Ucrânia. Estas duas personalidades gabam-se de ter armadilhado a Rússia ao mesmo tempo que a acusam de ter a exclusiva responsabilidade pela guerra actual. Não é de surpreender que estes dois antigos governantes se orgulhem da sua duplicidade perante as suas opiniões públicas, todavia as suas declarações quando escutadas em outras partes do mundo soam de modo diferente. Para a maioria da Humanidade, os Ocidentais mostram-se como realmente são : tentam sempre dividir o resto do mundo e armadilhar aqueles que querem ser independentes; falam de paz, mas fomentam guerras.

É errado imaginar que o mais forte quer sempre impor a sua vontade aos outros. Esta atitude ocidental raramente é partilhada pelos outros seres humanos. A cooperação provou o seu valor mais do que a exploração e as revoluções que ela suscita. É a mensagem que os Chineses tentaram propagar, evocando para isso relações « ganhador-ganhador ». Não se tratava para eles de falar de relações comerciais justas, mas de fazer referência à forma como governavam os imperadores da China : quando um imperador promulgava um decreto, devia velar para que tal fosse seguido pelos governadores de cada província, inclusive por aqueles que não eram destinatários dessa decisão. Ele mostrava-lhes que não os havia esquecido, oferecendo a cada um um presente.

Em dez meses, o resto do mundo, quer dizer, a sua esmagadora maioria, abriu os olhos. Se, em 13 de Outubro, havia 143 Estados a seguir a narrativa ocidental e a condenar a « agressão » russa [3], já não mais seriam a maioria a votar assim hoje na Assembleia Geral das Nações Unidas. A votação, em 30 de Dezembro, de uma Resolução pedindo ao tribunal interno da ONU, O Tribunal (Corte-br) Internacional de Justiça, para declarar a ocupação dos Territórios Palestinianos por Israel como uma « ocupação » é a prova disso. A Assembleia Geral já não se resigna diante da desordem ocidental do mundo.

Até agora na órbita da França, 11 Estados africanos fizeram apelo ao Exército russo ou a uma empresa militar privada russa para garantir a sua segurança. Eles não acreditam mais na sinceridade da França e dos Estados Unidos. Outros ainda estão cientes que a protecção ocidental contra os jiadistas anda de mãos dadas com o apoio oculto dos Ocidentais aos mesmos jiadistas. Eles inquietam-se publicamente com a transferência maciça de armas destinadas à Ucrânia para os jiadistas do Sahel ou para o Boko Haram [4], a ponto do Departamento de Defesa dos EUA designar uma missão de acompanhamento para verificar o que acontece com as armas destinadas à Ucrânia; uma maneira como outra qualquer de enterrar o problema e prevenir uma imiscuição do Congresso nestas manigâncias obscuras.

No Médio-Oriente, a Turquia, membro da OTAN, joga um jogo subtil a meio caminho entre o seu aliado EUA e o seu parceiro Russo. Ancara compreendeu há muito que nunca integraria a União Europeia e, mais recentemente, que não era bem vista tentando restaurar o seu império sobre os Árabes. Virou-se então para os Estados europeus (como os Búlgaros, os Húngaros e os Kosovares) e asiáticos (como o Azerbaijão, o Turcomenistão, o Usbequistão, o Cazaquistão e o Quirguistão) de cultura turca (e não de língua turca como os Uígures chineses). De repente, Ancara reconcilia-se com Damasco e se prepara para deixar o Ocidente pelo Oriente.

A chegada da China ao Golfo, por ocasião da Cimeira (cúpula-br) de Riade, virou o jogo nessa região do mundo. Os Estados árabes viram que Pequim era razoável, que os ajudava a fazer a paz com seus vizinhos persas. Ora, o Irão é um aliado milenar da China, mas esta defende-o sem o deixar transbordar os seus excessos. Eles avaliaram a diferença para os Ocidentais que, ao contrário, não cessaram desde 1979 de os dividir e de os opor uns aos outros.

A Índia e o Irão trabalham no duro com a Rússia para edificar um corredor de transporte que lhes permita comerciar apesar da guerra económica ocidental (apresentada no Ocidente como « sanções », muito embora elas sejam ilegais face ao Direito Internacional). Desde logo Mumbai está ligada ao sul da Rússia e em breve a Moscovo (Moscou-br) e a São Petersburgo. Isso torna a Rússia e a China complementares. Pequim constrói na Euroásia rotas de Leste a Oeste, Moscovo segundo as longitudes.

A China, para quem esta guerra é uma catástrofe que perturba os seus planos de construção das Rotas da Seda, jamais acreditou na narrativa ocidental. Ela é uma velha vítima da Rússia que, no século XIX, participou na ocupação de Tianjin e de Wuhan (Hankou), mas ela também sabe que os Ocidentais tudo farão para explorar as duas. Ela rememora a sua ocupação anterior para estar ciente que o seu destino está ligado ao da Rússia. Ela não compreende muitos dos problemas ucranianos, mas sabe que a sua visão da organização das relações internacionais só pode ver a luz do dia se a Rússia triunfar. Ora, ela não tem nenhuma vontade de se bater ao lado da Rússia, mas intervirá se esta for ameaçada.

Esta reorientação do mundo é muito visível nas instituições governamentais. Os Ocidentais humilharam a Rússia no Conselho da Europa até que Moscovo o deixou. Para sua grande surpresa, a Rússia não para por aí. Ela deixa um a um todos os acordos concluídos no Conselho da Europa, em todo o tipo de domínios, do Desporto à Cultura. Os Ocidentais constatam de repente que se privaram de um parceiro generoso e culto.

Isso deverá prosseguir em todas as outras organizações intergovernamentais, a começar pelas Nações Unidas. É a velha história das relações ocidento-russas que remonta à exclusão de Moscovo da Sociedade das Nações, em 1939. À época, os Soviéticos inquietos por um possível ataque nazi contra Leningrado (São Petersburgo) pediram à Finlândia para alugar o porto de Hanko, no entanto, tendo as negociações se arrastado no tempo, invadiram a Finlândia, não para a anexar, mas para colocar a sua marinha em Hanko. Este precedente é hoje mostrado como um exemplo do imperialismo russo quando o próprio Presidente finlandês Urho Kekkonen reconheceu que a atitude dos Soviéticos fora « compreensível ».

Voltemos às Nações Unidas. Excluir a Rússia só poderá ser possível após ter feito adoptar uma reforma da Carta pela Assembleia Geral. Era possível em Outubro, mas já não o é mais hoje em dia. Este projecto acompanha-se de uma reinterpretação da história e da natureza da ONU.

Garantem que aderir à Organização interdita a guerra. É absurdo. Aderir à ONU obriga a « manter a paz e a segurança internacionais », mas sendo os homens o que são, autoriza a fazer uso da força em certas condições. Às vezes, esta autorização torna-se até uma obrigação em virtude da « responsabilidade de proteger ». É isso exactamente o que faz a Rússia pelas populações de Donbass e da Novorussia. Note-se bem que Moscovo não é cega e recuou no que diz respeito à margem direita (parte Norte) da cidade de Kershon. O Estado-Maior russo retirou-se para trás de uma fronteira natural, o rio Dnieper, considerando impossível defender a outra parte da cidade face aos Exércitos ocidentais e isso quando a população de toda a cidade havia pedido por referendo a adesão à Federação da Rússia. Jamais houve qualquer derrota russa em Kherson, mas isso não impede os Ocidentais de falar na sua « reconquista » pelo regime de Zelensky.

Acima de tudo, obscurece-se o funcionamento da ONU ao por em causa o directório do Conselho de Segurança. Quando a Organização foi fundada, tratava-se de reconhecer a igualdade de todos os Estados no seio da Assembleia Geral e de dar às grandes potências da época a capacidade de prevenir conflitos no seio do Conselho de Segurança. Este não é o lugar da democracia, mas do consenso : nenhuma decisão pode ali ser tomada sem o acordo de cada um dos seus cinco membros permanentes. Finge-se espanto de não poder aí condenar a Rússia, mas alguém se espantou por não se ter condenado lá os Estados Unidos, o Reino Unido e, por vezes, a França pelas suas guerras ilegais no Kosovo, no Afeganistão, no Iraque e na Líbia? Sem o direito de veto, a ONU irá tornar-se uma assembleia absolutamente ineficaz. No entanto, esta ideia ganha terreno no Ocidente.

Além disso, seria absurdo pensar que a China, a primeira potência comercial mundial, permanecerá numa ONU da qual a Rússia, a primeira potência militar mundial, tivesse sido excluída. Pequim não dará caução a uma operação contra o seu aliado, pois está persuadida que a morte desta será o prelúdio da sua própria. É por isso que os Russos e os Chineses preparam outras instituições que só irão apresentar se a ONU for desnaturada, se ela se transformar numa assembleia monocromática e perder assim sua capacidade de prevenir conflitos.

Percebemos que a única saída possível é que os Ocidentais aceitem ser apenas aquilo que são. Mas, de momento, não são capazes disso. Eles deformam a realidade esperando assim manter os seus séculos de hegemonia. Este jogo terminou tanto porque eles estão fatigados, como, sobretudo, porque o resto do mundo se transformou.

 

Thierry Meyssan

11
Dez22

Texto integral do artigo assinado por Xi sobre a mídia saudita

José Pacheco

PEQUIM - Um artigo assinado pelo presidente chinês Xi Jinping foi publicado quinta-feira no jornal saudita Al Riyadh, enquanto ele participa da primeira Cúpula China-Estados Árabes e da Cúpula do Conselho de Cooperação China-Golfo, e faz uma visita de Estado à Arábia Saudita em a capital saudita, Riad.

Uma versão em inglês do artigo intitulado "Carrying Forward Our Millennia-old Friendship and Jointly Creating a Better Future" é a seguinte:

 

Levando adiante nossa amizade milenar e criando juntos um futuro melhor

Xi Jinping

Presidente da República Popular da China

 

Estou voltando para Riad, trazendo comigo a profunda amizade do povo chinês. Estou aqui para me juntar aos meus amigos árabes para a primeira Cúpula China-Estados Árabes e a primeira Cúpula do Conselho de Cooperação China-Golfo (GCC) e para fazer uma visita de Estado à Arábia Saudita. Concebida como uma viagem de construção do passado e, mais importante, de abertura para um futuro melhor, a visita levará adiante nossa amizade tradicional e dará início a uma nova era nas relações da China com o mundo árabe, com os estados árabes do Golfo, e com a Arábia Saudita.

Primeiro, uma amizade honrada que remonta a milhares de anos

As trocas entre a China e os Estados árabes datam de mais de 2.000 anos. O fluxo constante de caravanas ao longo da Rota da Seda terrestre e as velas ondulantes ao longo da Rota marítima das Especiarias testemunham como as civilizações chinesa e árabe interagiram e se inspiraram mutuamente em todo o continente asiático. Foi por meio dessas trocas que a porcelana chinesa e as técnicas de fabricação e impressão de papel foram introduzidas no Ocidente, enquanto a astronomia, o calendário e a medicina árabes chegaram ao Oriente. Comercializamos bens, estimulamos a inovação, compartilhamos ideias e espalhamos os frutos dos intercâmbios culturais para o resto do mundo, deixando um capítulo esplêndido no engajamento Leste-Oeste e aprendizado mútuo.

Os contatos entre a China e os Estados árabes do Golfo estão bem documentados. Durante a Dinastia Han Oriental, Gan Ying, um emissário chinês, alcançou os "mares ocidentais", ou seja, o Golfo, em sua missão ao Império Romano. Este é o primeiro registro oficial de enviados chineses chegando a estados árabes do Golfo. Há mais de 1.200 anos, um navegador árabe, Abu Obeida, navegou do porto de Sohar para a cidade chinesa de Guangzhou em uma jornada lendária que mais tarde foi adaptada para as emocionantes e conhecidas aventuras de Sindbad. Na década de 1980, uma réplica de navio chamada Sohar refez a rota aberta pelos antigos navegadores árabes, conectando o passado e o presente em interações amistosas entre os dois lados.

A China e a Arábia Saudita se admiram e realizam trocas amigáveis ​​desde os tempos antigos. O profeta Muhammad disse: "Busque conhecimento mesmo que tenha que ir tão longe quanto a China." Setecentos anos atrás, Wang Dayuan, um viajante chinês da Dinastia Yuan, chegou a Meca, que ele descreveu como um lugar com belas paisagens, clima ameno, férteis campos de arroz e um povo feliz em seu livro A Brief Account of Islands. Foi um livro importante com o qual os chineses aprenderam sobre a Arábia Saudita naquela época. Seiscentos anos atrás, Zheng He, um navegador chinês da Dinastia Ming, chegou a Jeddah e Medina em suas viagens oceânicas, deixando atrás de si muitas histórias de amizade e trocas que ainda hoje são amplamente contadas. A escavação arqueológica conjunta sino-saudita das ruínas do porto de al Serrian, realizada nos últimos anos, desenterrou muitas peças de porcelana das dinastias Song e Yuan da China. Eles são testemunhos de todas essas interações amigáveis.

Em segundo lugar, solidariedade e cooperação para uma comunidade China-Árabe com um futuro compartilhado na nova era

O mundo árabe é um membro importante do mundo em desenvolvimento e uma força fundamental para defender a imparcialidade e a justiça internacional. O povo árabe valoriza a independência, se opõe à interferência externa, enfrenta a política de poder e a arrogância e sempre busca progredir. Os estados árabes são dotados de diversos recursos e construíram indústrias com características distintas, obtiveram conquistas notáveis ​​no desenvolvimento e demonstraram enormes potenciais. A civilização árabe defende o meio-termo e a moderação, incentiva a inclusão e o aprendizado mútuo, se opõe ao choque de civilizações e está profundamente enraizada em sua rica cultura e história. Seja no mapa político, econômico ou cultural mundial, os estados árabes sempre reivindicam um lugar importante.

Desde a década de 1950, a China estabeleceu relações diplomáticas com todos os países árabes. Suas interações apresentam compreensão mútua, respeito mútuo, assistência mútua e solidariedade. Eles se tornaram bons amigos tratando uns aos outros como iguais, bons parceiros buscando benefícios mútuos e bons irmãos compartilhando felicidades e aflições. No século 21, as relações China-Árabes continuaram avançando em um cenário internacional fluido e alcançaram um salto histórico em termos de confiança política, cooperação econômica mutuamente benéfica e aprendizado cultural mútuo em amplitude e profundidade.

Na última década, as relações China-Árabes entraram em uma nova era e registraram uma série de conquistas marcantes e inovadoras em várias áreas. Coletivamente, a China estabeleceu uma parceria estratégica orientada para o futuro de cooperação abrangente e desenvolvimento comum com todos os estados árabes. Individualmente, a China estabeleceu parceria estratégica abrangente ou parceria estratégica com 12 estados árabes e assinou documentos sobre a cooperação do Cinturão e Rota com 20 estados árabes. Entre os países árabes, 17 manifestaram apoio à Iniciativa de Desenvolvimento Global (GDI), 15 tornaram-se membros do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura e 14 participaram da Iniciativa de Cooperação China-Liga dos Estados Árabes em Segurança de Dados.

Os estados árabes apoiam firmemente o princípio de Uma Só China e apóiam a China na salvaguarda de seus interesses centrais. Da mesma forma, a China apóia os estados árabes na defesa da soberania, independência e integridade territorial. Em questões como a questão palestina, o firme apoio da China aos Estados árabes tem sido consistente e inabalável. Grandes projetos de infraestrutura construídos em conjunto pelos dois lados, incluindo a mesquita Djamaa El Djazair da Argélia, o Estádio Lusail do Catar, a nova sede do Banco Central do Kuwait, bem como a Barragem de Merowe, o alteamento da Barragem de Roseires e o Alto O Projeto do Complexo de Barragens de Atbara, no Sudão, tornaram-se marcos da amizade China-Árabe. A China criou 20 institutos Confúcio e duas salas de aula Confúcio em estados árabes. E mais de 40 universidades chinesas ensinam árabe como especialização,

Desde o surto de COVID-19, a China e os países árabes ajudaram uns aos outros e navegaram juntos pelas dificuldades. As duas partes têm realizado uma cooperação eficiente em áreas como pesquisa e aplicação de vacinas, prevenção e controle conjunto de epidemias, compartilhamento de experiências, serviços médicos e farmacêuticos, dando um bom exemplo de solidariedade no combate ao vírus. No âmbito do Fórum de Cooperação China-Estados Árabes, 17 mecanismos de cooperação foram lançados para expandir e substanciar a agenda de cooperação, dando um forte impulso às relações China-Árabes e fornecendo um paradigma para a solidariedade e cooperação entre os países em desenvolvimento.

O mundo agora está passando por mudanças importantes não vistas em um século. Tanto a China quanto os estados árabes enfrentam a missão histórica de realizar o rejuvenescimento nacional e acelerar o desenvolvimento nacional. Neste novo contexto, a China trabalhará com os Estados árabes para levar adiante a amizade tradicional e construir conjuntamente uma comunidade China-Árabe com um futuro compartilhado na nova era. A China e os Estados árabes continuarão a erguer a bandeira da não-interferência nos assuntos internos, apoiando-se mutuamente na salvaguarda da soberania e da integridade territorial e defendendo conjuntamente a equidade e a justiça internacional. Continuaremos a aprimorar juntos a cooperação do Cinturão e Rota, continuaremos expandindo a cooperação prática em áreas como alimentação, energia, investimento, financiamento e serviços médicos, e buscar cooperação mutuamente benéfica com maior qualidade e maior profundidade. Continuaremos a atuar conjuntamente na GDI e na Iniciativa de Segurança Global para estabilizar regiões voláteis e contribuir com mais energia positiva para a paz e o desenvolvimento. Continuaremos a defender conjuntamente a paz, o desenvolvimento, a equidade, a justiça, a democracia e a liberdade - os valores comuns da humanidade, nos esforçaremos para substituir o distanciamento e o choque de civilizações pelo intercâmbio e o aprendizado mútuo, promover o entendimento e a afinidade entre nossos povos e construir " um jardim de civilizações" apresentando apreciação e inspiração mútuas.

Em terceiro lugar, esforço conjunto para cultivar a parceria estratégica China-GCC

O GCC alcançou um progresso notável em seu processo de integração, o que o torna uma das organizações regionais mais dinâmicas do mundo. Dadas as suas localizações geográficas, os países do GCC servem como um hub que liga a Ásia, a África e a Europa. Dotados de ricos recursos energéticos, incluindo 30 por cento da reserva de petróleo e 20 por cento da reserva de gás natural do mundo, os países do GCC são um tanque de energia para a economia mundial. Com seu espírito pioneiro e empreendedor, os países do GCC fornecem um terreno fértil para indústrias de alta tecnologia. Nas últimas quatro décadas e mais, o GCC tem trabalhado arduamente para construir um mercado integral, uma economia integral e um sistema financeiro integral na região, e tem desempenhado um papel cada vez mais importante nos assuntos regionais e internacionais.

Ao longo dos anos, a China e os países do GCC mantiveram um crescimento saudável e estável nas relações bilaterais e realizaram uma cooperação ampla e profunda com resultados tangíveis em todas as áreas. Nos últimos 10 anos, em particular, as relações China-CCG cresceram cada vez mais e produziram resultados frutíferos. A China continua sendo o maior parceiro comercial do GCC e o maior mercado de exportação de produtos petroquímicos. Em 2021, o comércio bilateral ultrapassou 230 bilhões de dólares americanos, e a importação de petróleo bruto da China dos países do GCC superou 200 milhões de toneladas. Os dois lados desfrutam de cooperação ampla e profunda em áreas tradicionais, como capacidade de produção, desenvolvimento de infraestrutura, investimento e finanças. A cooperação em setores de alta tecnologia, incluindo comunicações 5G, novas energias, espaço e economia digital, também está ganhando força.

Olhando para o futuro, a China aproveitará a oportunidade de estabelecer e consolidar a parceria estratégica China-GCC para consolidar sua amizade tradicional e aprofundar a confiança mútua. A China continuará a apoiar firmemente os países do GCC na defesa da soberania, independência, segurança e estabilidade, e continuará a apoiar o GCC na aceleração da integração e na busca do desenvolvimento diversificado. A China trabalhará com o GCC para promover um novo padrão de cooperação energética multifacetada, acelerar novos desenvolvimentos na cooperação financeira e de investimento, cultivar novos destaques nos intercâmbios entre pessoas e explorar novas áreas de cooperação em inovação. Tudo isso ajudará a aumentar a convergência de interesses entre a China e os países do CCG.

Quarto, esforços sustentados para levar a parceria estratégica abrangente China-Arábia Saudita a novos patamares

A Arábia Saudita é um dos maiores exportadores de energia do mundo e membro do G20. Como seu parceiro estratégico e verdadeiro amigo, a China está entusiasmada ao ver que, sob a liderança do rei Salman e do príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o povo saudita está marchando a passos largos em direção à Visão 2030 e fazendo importantes progressos na reforma e diversificação econômica e social. As principais iniciativas de desenvolvimento da Arábia Saudita, a Iniciativa Verde do Oriente Médio e a Iniciativa Verde Saudita, entre muitas outras, atraíram grande atenção. Sua estatura e influência nos domínios políticos, econômicos e energéticos globais estão em ascensão. Estamos orgulhosos de nosso bom amigo por essas realizações.

Desde o estabelecimento das relações diplomáticas, as relações entre a China e a Arábia Saudita mantiveram um crescimento robusto. Mais notavelmente, a cooperação China-Arábia Saudita fez grandes progressos nos últimos 10 anos. Os dois lados respeitam a soberania e o caminho de desenvolvimento um do outro, respeitam a história e as tradições culturais um do outro, apoiam-se mutuamente na defesa da segurança e estabilidade nacional e realizam uma estreita coordenação estratégica. A cooperação prática está se expandindo rapidamente. Grandes projetos foram lançados um após o outro, incluindo a Yanbu Aramco Sinopec Refining Company, o projeto sino-saudita do complexo de etileno Gulei, o cluster industrial chinês na cidade econômica de Jazan, o projeto de infra-estrutura e utilidades do Mar Vermelho, comunicações 5G e explorações lunares conjuntas . As trocas entre pessoas continuam a crescer. A especialização em língua chinesa está agora disponível em quatro universidades sauditas, e cursos opcionais de língua chinesa são oferecidos em oito escolas de ensino fundamental e médio. Hakim & Kong Xiaoxi, a primeira coprodução animada da China e da Arábia Saudita, é popular entre as crianças, plantando a semente da amizade China-Arábia Saudita em seus corações.

A China aproveitará esta visita como uma oportunidade para fortalecer sua parceria estratégica abrangente com a Arábia Saudita. Continuaremos a dar compreensão e apoio mútuos, e defender conjuntamente a independência e nos opor à interferência externa. Vamos ainda mais sinergizar a Iniciativa do Cinturão e Rota da China e a Visão 2030 da Arábia Saudita, aprofundar e substanciar a cooperação prática em todas as áreas e aumentar a convergência de interesses e a conectividade pessoa a pessoa entre os dois países. Fortaleceremos a colaboração em estruturas multilaterais como a ONU, o G20 e a Organização de Cooperação de Xangai, praticaremos conjuntamente o verdadeiro multilateralismo e daremos maior contribuição para manter a paz e a estabilidade no Oriente Médio e promover o desenvolvimento e a prosperidade do mundo.

Em outubro passado, o Partido Comunista da China convocou com sucesso seu 20º Congresso Nacional e agora está reunindo e liderando o povo chinês em direção ao objetivo de construir um país socialista moderno em todos os aspectos. Como uma força firme para a paz mundial e o desenvolvimento comum, a China permanecerá comprometida em fornecer novas oportunidades para os estados árabes e todos os outros países do mundo por meio de seu próprio desenvolvimento e trabalhará com nossos irmãos árabes para levar adiante a amizade tradicional e criar um mundo melhor. futuro juntos.

06
Mai18

Os Gastos Militares no Mundo

José Pacheco

 

dm1.png

 

Em 2017, as despesas militares voltaram a aumentar, segundo o SIPRI, atingiram os 1739 biliões de dólares, representando 2,2% do Produto Interno Bruto Mundial, ou 230 dólares por cada habitante dos mais de 7500 milhões que o mundo tem.

Os países com maior orçamento militar são:

1.º

Estados Unidos da América

610 mil milhões de dólares

2.º

China

228 mil milhões de dólares

3.º

Arábia Saudita

69,4 mil milhões de dólares

4.º

Rússia

66,3 mil milhões de dólares

5.º

Índia

63,9 mil milhões de dólares

6.º

França

57,8 mil milhões de dólares

7.º

Reino Unido

47,2 mil milhões de dólares

8.º

Alemanha

44,3 mil milhões de dólares

Como se observa, os gastos militares dos EUA, além de serem os maiores do mundo, superam as despesas conjuntas dos outros sete países que os seguem.

No que se refere a blocos militares, a Nato, com 29 países, é senhora das maiores despesas militares mundiais, 900 mil milhões de dólares, mais de metade (52%) do total mundial.

Ao nível dos países, é da China o maior acréscimo absoluto em 2017, um montante de 12 mil milhões de dólares, a preços de 2016. Mantendo-se no segundo lugar a nível mundial, longe dos EUA, os gastos militares da China representam 13% do total, quase três vezes mais do que eram em 2008 – 5,8% do global.

Do lado contrário, destaca-se a Rússia, que diminuiu sensivelmente o seu orçamento militar relativamente a 2016, menos 13,9 mil milhões de dólares, uma quebra de 20%, sendo o país que mais emagreceu o orçamento militar.

 

dm.png

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
Em destaque no SAPO Blogs
pub