Quanto de pagam os CEOs? Muito bem!
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Enquanto o governo mantém os vencimentos presos ao chão e, em conjunto com as entidades patronais, resiste a toda e qualquer valorização salarial.
Portugal tem dos mais baixos salários entre os países da União Europeia. Uma vez mais se confirma. É o modelo económico dos baixos salários, herdado do fascismo, que se pretende perpetuar. De vez em quando, os governantes de serviço batem com a mão no peito e juram que não é isso o que se pretende, nem vai continuar. Paleio, de juras está o inferno cheio, a realidade aí está, é a prova de algodão, as entidades patronais e os governos que as favorecem não estão interessadas em aumentar o nível dos vencimentos, logo em desenvolver o país, sacam todo o lucro impondo baixos níveis remuneratórios e estão satisfeitas com isso. Por sua livre vontade não mudarão.
Sem surpresa, dos países com menor salário mínimo nacional e onde vencimentos considerados razoáveis, até bons, correspondem ao que é o salário mínimo em outros países.
Os custos laborais em Portugal, no início de 2018 voltaram a cair para valores inferiores aos de 2012.
Como se pode observar, os custos laborais em Portugal são, em regra, inferiores aos da média da União Europeia e, também, da zona euro.
Finalmente, Portugal encontra-se entre os poucos países da UE, cujos custos laborais, nos primeiros 3 meses de 2018, foram inferiores aos de 2012, ano tomado como base de comparação e, por isso, com o índice igual a 100.
Os custos laborais em Portugal (vencimentos e salários) na indústria, construção e serviços voltaram a cair no primeiro trimestre de 2018 para valores inferiores aos de 2012, repetindo o acontecido no 1.º trimestre de 2016 e no 1.º de 2017.
Dessa forma, Portugal é dos poucos países cujos custos laborais nos primeiros 3 meses de 2018 são inferiores aos de 2012.
Reduzindo o período de análise, Portugal encontra-se igualmente entre os países cujos custos laborais diminuiram no início de 2018 relativamente ao valor final apurado em 2015.
Nota: Os cálculos são feitos sem ajustamento ao calendário e à sazonalidade, o que significa que se ignoraram o efeito do calendário diferente de trabalho dos vários países (feriados, gozo de férias, por exemplo) assim como o efeito da sazonalidade (a título de ilustração: sabe-se que há atividades que registam um pico em determinadas épocas do ano, o verão, no caso do turismo).
Os governantes, quando lhes dá, não deixam de atirar com o exemplo de outros sistemas de educação, da Finlândia ou da Alemanha, por exemplo.
Dos vencimentos dos professores desses países é que nunca falaram.
Já agora, a OCDE não poderia ter calculado os valores líquidos, o que se leva de facto para casa.
Como nos últimos três anos o valor do índice é inferior a 100 - o índice escolhido para comparação, calculado com os ganhos de 2010 - isso significa que, nesses anos, os ganhos horários dos trabalhadores no setor privado foram inferiores aos de 2010.
Muito embora tenha havido uma recuperação, em 2017 os trabalhadores receberam menos do que em 2010 em cada hora de trabalho,
Aliás, Portugal foi o único país onde isso aconteceu, de entre os indicados pela OCDE.
A prática da diferenciação do pagamento das mulheres relativamente aos homens em Portugal sempre foi muito mais acentuada no setor privado, e está a aumentar.
No setor público, a discriminação existe igualmente, embora bastante menor, e também está a aumentar.
Quando se observa o panorama da União Europeia e mais alguns países, consta-se que a discriminação salarial das mulheres no setor privado é generalizada e de que Portugal é um dos 5 países onde é maior.
Passando para o setor público, o traço dominante é o da manutenção da desigualdade salarial a desfavor das mulheres - com valores menores em Portugal, como se tinha assinalado, que desce também alguns posições no rol dos que mais discriminam - embora já apareçam alguns países onde o vencimento das mulheres supera o dos homens.
As razões para esta diferenciação salarial são várias, evidentemente, e até complexas, algumas, mas não se pode perder de vista de que, com ela, a entidade patronal, com reforço para a privada, consegue ganhos adicionais, maiores lucros.
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